Por
volta do ano 45 da era cristã, Tiago, bispo da Igreja de Jerusalém, escrevendo
sobre os aspectos práticos da conduta daqueles que servem a Deus, destaca a
importância do bom uso das palavras enfatizando a dificuldade que cada pessoa
enfrenta no domínio da sua própria língua.
Mediante
alegorias constrói um pensamento retórico para destacar os efeitos destruidores
do uso inoportuno das palavras, dizendo:“que
é necessário apenas um pequeno fósforo para destruir uma grande floresta”Tiago 3:5b. As palavras podem ferir por
meio de agressões verbais diretas (xingamentos), ironias, sarcasmos, fofocas,
falsidades, maldições, mentiras, desprezos etc.
Por
outro lado, seu bom uso pode ser fonte de vida, produzindo resultados notáveis
e duradouros, conforme registra a poesia hebraica:“A morte e a vida estão
no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.”Provérbios 18:21. As boas
palavras encorajam, fortalecem, corrigem, incentivam e promovem o bem.
Em
outra metáfora, Tiago, diz que quando proferimos, ao mesmo tempo e pela mesma
boca: bênçãos e maldições, a benção não é real, pois a maldição a contamina.“Com ela (língua) bendizemos a
Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” Tiago
3:9. A mensagem é muito clara, pois assim como em um reservatório de água, a
impureza é altamente contagiosa e contamina tudo com a qual entrar em contato.
No
evangelho segundo Lucas, o Senhor Jesus nos fala da origem de nossas palavras:“O homem bom do bom tesouro do
coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal;porque a boca fala do que está
cheio o coração.”Lucas
6:45
Não
se engane, pois a língua refletirá sempre o que está na mente e no coração,
pois o que dizemos revela quem realmente somos. Por isso, para colher bons
frutos das suas palavras é necessário, antes, conservar o coração puro, segundo
o ensinamento do sábio:“Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da
vida.”Provérbios 4:23