Mostrando postagens com marcador esquecimento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador esquecimento. Mostrar todas as postagens

46 - Lembrar-se de lembrar!

As estratégias para driblar o esquecimento variam entre as pessoas, sendo as mais comuns: o barbante amarrado no dedo, o anel invertido na mão ou um objeto fora de seu lugar habitual, tudo é válido para “lembrar-se de lembrar”. A expressão ostenta uma aparente contradição, pois se me lembrar do que não devia esquecer, então não precisaria lembrar...

A lembrança evoca os objetos, sensações, emoções, sentidos e tudo mais que foi guardado nas extensas áreas da memória. E, inclusive a figura do esquecimento, que tudo apaga quando se faz realmente presente.

Nos “vastos campos da memória”, segundo Santo Agostinho, trazemos à existência não mais as coisas e pessoas que se foram, mas as suas imagens e modelos... Nos vastos campos da memória guardamos a música que nos leva ao passado, também guardamos o som, o cheiro, o gosto e a frase. Na memória matemática guardamos os números e contabilizamos o que se foi, em contraste ao que se acrescentou, atualizando as informações, e , depois tornamos a guardá-las, para serem evocadas tantas e quantas vezes forem necessárias.

Nos vastos campos da memória guardamos também nosso relacionamento com Deus, nossas experiências com o Criador desde que fomos gerados, tais como: os livramentos, o consolo na angústia, o encorajamento, as palavras de vida eterna e o momento da salvação.

Quanto ao esquecimento, transitando do mocinho ao vilão, este é sem dúvida o remédio para as dores e para as difíceis perdas, pois ainda que possamos recordar tais acontecimentos, estas lembranças não fazem com que sintamos a dor real experimentada no passado. Todavia, o esquecimento apaga também o que de melhor Deus registrou em nossa história, enfraquecendo a fé e debilitando a esperança.

Então, por que Deus criaria os palácios da memória, com suas câmaras recônditas e misteriosas que vão muito além da nossa compreensão, se não para lembrarmos de seus feitos e mantermos viva a lembrança do Deus vivo às futuras gerações?! O salmista registra, na poesia hebraica, esta conclusão: “Eu me lembrarei das obras do SENHOR; certamente que eu me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos.” Salmo 77:11e12


O ato de lembrar é uma recorrência bíblica, Deus insiste em que seu povo recorde de seus feitos, do seu poder, do seu braço forte, da sua bondade e sua misericórdia, assim como Ele mesmo disse a Moisés: “e assim serei lembrado de geração em geração” Êxodo 3:15b.

Portanto, para não nos esquecermos é preciso exercitar a memória evocando os feitos do Senhor, contando aos nossos filhos e netos, e ainda persistirmos na leitura da sua palavra, que registrou todos os seu feitos, e assim não somente nos lembraremos do que Deus fez em nossas próprias vidas, mas também nos recordaremos de seus feitos a todos os homens ao longo da história.