Geralmente quando as coisas não acontecem da forma como esperávamos, ficamos desanimados, decepcionados e sentindo que Deus está distante ou que não se importa. O sentimento que surge quando uma expectativa é frustrada pelos acontecimentos, ao menos no momento, permitem que os fatos se tornem maiores que a esperança.
A Bíblia apresenta uma situação semelhante no capítulo vinte e quatro do evangelho segundo Lucas, quando dois discípulos de Jesus estavam a caminho de uma aldeia chamada Emaús. Eles seguiam tristes e comentando os fatos dos últimos dias: Cristo havia sido crucificado. Porém, algumas mulheres e certos discípulos garantiam que Ele lhes havia aparecido em corpo glorificado. Todavia, o pensamento que dominava ambos era a frustração pela morte de seu Mestre, pois esperavam um Messias político que libertasse Israel do Império Romano.
O foco estava tão preso a esta expectativa, que para eles havia se frustrado, que não perceberam que o homem que deles se aproximara era o próprio Filho de Deus, pois em sua visão limitada dos acontecimentos, aquela pessoa poderia ser qualquer um, menos Jesus. Os fatos lhes cegaram a visão da fé, fazendo com que se esquecessem das promessas, dos profetas, das experiências com o próprio Cristo e do testemunho dos apóstolos. Estavam caminhando com o próprio Senhor Jesus, mas não perceberam.
Reagiam somente às circunstâncias, limitados pelas possibilidades humanas, andando somente pelo que podiam ver, sem considerar a perspectiva espiritual, andavam por vista e não pela fé, porém o Mestre os desafia a pensar de outra forma: “E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” Lucas 24:27
Deus nos deixou suas promessas registradas nas Escrituras Sagradas e seu Espírito nos recorda as vitórias e livramentos, experimentados no passado, para fortalecer a nossa fé. Todavia, se na hora da adversidade, focarmos a visão somente nos fatos, estaremos seguindo apenas a emoção do momento, ignorando as possibilidades da fé. O apostolo Paulo já havia advertido os cristão da cidade de Corinto sobre o mesmo tema: “Porque vivemos pela fé e não pelo que vemos.” 2 Coríntios 5:7
A coragem para o exercício da fé está relacionada ao passo seguinte, que damos após nos defrontarmos com as adversidades, e especialmente quando aprendemos a confiar mais em Deus e menos nos sentimentos humanos, então perceberemos que nunca estivemos sós. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” 2 Coríntios 4:16