28 – Criados à Imagem de Deus

“E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1:27

O texto bíblico que nos revela que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, já deveria ser informação suficiente para reconhecermos nosso valor pessoal e jamais desprezarmos qualquer de nossos semelhantes. Todavia, o inimigo de nossas almas infiltra em nossas mentes idéias negativas e destrutivas para afetar nossa auto-estima.

O termo “auto” vem do grego “por si só” (próprio) e estima de “aferição” ou avaliação. Portanto, a auto-estima é a avaliação que alguém faz de si mesmo, equivale à imagem que a pessoa tem de si, se for elevada, chamamos de “auto-estima alta”, se estiver empobrecida, a classificamos por “baixa auto-estima”.

Uma pessoa com problemas de auto-estima baixa, que possui uma imagem distorcida de si mesma, vive cedendo às pressões de grupo, é sempre insegura, sofre desnecessariamente e pode se tornar presa fácil de manipuladores interesseiros. Também, a atração insaciável pelo sucesso e pela popularidade pode ser vista como solução fácil para o problema da auto-rejeição, porém estes não são capazes de modificar a nossa auto-imagem quando distorcida.

A idéia equilibrada sobre o nosso verdadeiro valor pessoal vem de pessoas honestas que nos cercam, do nosso próprio pensamento, mas, sobretudo, do amor de Deus por nós, que liberta das idéias e imagens destrutivas que foram “sopradas” em nossas mentes. No capítulo 15 do evangelho segundo Lucas, o Mestre é duramente criticado por se misturar com pessoas classificadas, pelos acusadores, como inferiores e detestáveis, mas em resposta, o Senhor Jesus conta duas parábolas ("A ovelha perdida" e o "Dracma perdido") para ensinar o valor individual que cada alma tem para Deus. Ensino reafirmado pelo apóstolo João em sua carta aos cristãos do primeiro século: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1 João 4:10

A renovação da auto-imagem começa por utilizar os padrões bíblicos para reconhecer-se, como uma pessoa excepcionalmente amada pelo Deus Eterno. O evangelho de Cristo traz a informação de que Deus nos ama e que temos muito valor para Ele. Experimente viver a partir desta nova perspectiva de valor e construir uma auto-imagem com base no amor de Deus.

“Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”

Romanos 8 : 31, 32

27 – A Cruz de Cristo

A Cruz é hoje a marca do cristão, todavia não foi assim desde o começo. Nos primeiros séculos da era cristã, os seguidores de Jesus usaram o “peixe” tanto no sentido de marca visual como também no sentido codificado.
O cruzamento das duas linhas em formato de meia-lua invertidas,  formando um peixe, marcavam a identificação visual, enquanto a palavra  “ICTUS” (ΙΧΘΥΣ) que acompanhava este símbolo, era termo que no grego antigo significava “peixe”, esta palavra ainda era o acróstico (formas textuais onde a primeira letra de cada palavra forma uma palavra ou frase) de “Iēsous Christos Theou Huios Sōtēr” (Ιησος Χριστς ΘεοΥἱὸς Σωτήρ) - “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador”.

A expressão certamente protegia a integridade dos cristãos que enfrentaram dois séculos de cruenta perseguição por parte do Império Romano. Todavia, foi a Cruz que se tornou o símbolo universal do cristianismo, por conter significados teológicos mais profundos do que qualquer outro símbolo.

A Cruz simboliza o eixo entre os céus e a terra, entre Deus e os homens, mas não é só, pois também revela o que Deus fez em favor da humanidade por meio da morte de Cristo. Cerca de 700 anos antes da crucificação, o profeta Isaías deixa registrado: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” Isaías 53:5,6

Lutero, por volta do ano 1.520 em Heidelberg na Alemanha, destaca ainda que na cruz de Cristo Deus destrói o orgulho humano, daqueles que pretendem ir a Ele por seus próprios méritos, pois a cruz é o retrato da humanidade caída, lembrando-nos constantemente que foi a nossa fraqueza, pecado e vergonha que Jesus carregou sobre si quando subiu na cruz do calvário. Mas a cruz também revela o amor de Deus por cada um de nós, como escreveu o apóstolo Paulo aos cristãos de Roma: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. Romanos 5:8
“E, (Jesus) achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Filipenses 2:8

Na cruz vemos o nosso pecado sendo pago por Cristo, que deu sua vida por nós, morreu a morte que deveríamos morrer para nos reconciliar com o Pai, por isso ela, como símbolo do cristianismo, recorda não somente quem somos, mas revela o amor e o caráter do Deus redentor.

“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,”
1 Pedro 3:18

26 – Graça e paz!

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”

Romanos 1:7

Nos primeiros séculos as saudações entre as pessoas eram mais elaboradas e recheadas de significados bem mais profundos do que o nosso atual e corriqueiro “olá, como vai!”. Na cultura helenista, a globalização da época, os gregos usavam o termo "Χαίρετε", ("Chairete", pronuncia-se "herete") que significava “Esteja alegre!”. Já os hebreus cumprimentavam-se com “Shalom” (Paz) ou "Shalom Aleichem" (A paz esteja sobre você).

A expressão “Graça e Paz” surgiu como a forma cristã de saudação da época, permanecendo seu uso até os dias atuais. Também foi usada como saudação de abertura de todas as treze cartas do Apóstolo Paulo, que são encontradas no cânon do Novo Testamento, foi repetida nas duas cartas do Apóstolo Pedro, e em uma das cartas do Apóstolo João, servindo também como saudação nas sete cartas às setes igrejas descritas no Livro do Apocalipse.

A combinação dos termos “Graça” e “Paz” representam mais do que uma simples saudação formal, pois seus termos estão impregnados de conteúdo teológico resumindo o evangelho da salvação. A paz é resultado da reconciliação do homem com seu criador representando a própria natureza da salvação: Paz com Deus; paz interior e paz com os homens. A graça é a fonte da salvação e representa a misericórdia em favor livre da parte de Deus independentemente de qualquer mérito humano. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Efésios 2:8,9. A graça de Deus foi exibida no evento histórico da morte de Cristo na cruz. “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;” 2 Coríntios 5:18

A paz indica o nível de vida em que passamos a viver desde que Cristo nos reconciliou com Deus. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” Romanos 5:1,2

Se o medo da morte, dos mortos, do fracasso, das doenças e do futuro atormenta a sua alma e juntamente com o sentimento de culpa lhe impede de viver em paz, entregue a sua vida a Jesus e experimente a paz que só Ele pode dar.

25 – Atos dos Apóstolos

“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas.” Atos 1:1,2

De autoria de Lucas, o mesmo autor do terceiro evangelho onde narra os atos e ensinamentos de Jesus em sua missão terrena, o livro de Atos dos Apóstolos, escrito no ano 63AD, descreve os Atos do Espírito Santo agindo através de pessoas consagradas a Deus.

Mantendo o tema central em Cristo, o livro cobre um período de aproximadamente 30 anos que vai desde as origens da Igreja no dia de pentecostes – o cumprimento da promessa da vinda do Espírito Santo – até à chegada do Apóstolo Paulo a Roma – a capital do mundo daquela época.

Intercalando milagres com as perseguições perpetradas pelo império Romano e outros inimigos da fé, a narrativa do livro de Atos segue destacando as novas conversões ao cristianismo, dentre elas a famosa experiência de Paulo a caminho de Damasco, descrevendo também as extraordinárias viagens deste apóstolo missionário. No mesmo livro encontramos a descrição do crescimento da Igreja, cidade após cidade, e a gradativa mudança do centro do Cristianismo de Jerusalém para Antioquia, onde pela primeira vez os discípulos foram chamados de cristãos.

Ao contrário dos outros escritos, o livro de Atos não possui epílogo – texto conclusivo que encerra a obra, nem tampouco uma palavra de despedida, pois em seu último capítulo lemos a respeito do Apóstolo Paulo em Roma: “pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo.”Atos 28:31. A razão disso é que a história da igreja ainda não se completou, o Espírito Santo continua agindo através de homens e mulheres comprometidos com Deus que prosseguem anunciando as boas novas sobre Jesus Cristo o Filho de Deus.

Se no decorrer da caminhada cristã, você se sentir abatido, cansado, perseguido ou com a sensação de que a missão está apenas por sua própria conta. Não desanime! Continue a escrever a história da Igreja por meio de uma vida dedicada ao Senhor Jesus, ou seja, através dos atos do Espírito Santo agindo em seu coração e mente, pois o cristianismo não trata do que eu posso fazer por Deus, mas o que Cristo já fez por mim, e o que seu Espírito pode fazer através de mim.

“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1:8

24 – Os quatro Evangelhos

“Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra.” Lucas 1:1,2

A segunda parte das Escrituras Sagradas, conhecida também como Novo Testamento, começa com uma seqüência de quatro livros chamados de “evangelhos”, expressão que significa “boas novas” referentes a Jesus, o Filho de Deus. Seus autores são, respectivamente, Mateus; Marcos; Lucas e João.

Mateus era um dos doze apóstolos; judeu de nascença e coletor de imposto por profissão, até ser chamado pelo Mestre ao discipulado. “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.” Mateus 9:9. Escrito por volta do ano 60AD, ou seja, 30 anos depois da morte de Cristo, sua narrativa está endereçada especialmente aos seus compatriotas que esperavam o Rei dos Judeus, por isso começa com a genealogia de Cristo, para destacar sua descendência de Davi, e depois se dedica a demonstrar o cumprimento em Jesus, de todas as profecias do Antigo Testamento sobre o Messias prometido.

Marcos não era um dos doze, mas foi companheiro de viagens do apóstolo Pedro (1 Pedro 5:13) e também do Apóstolo Paulo e de Barnabé, que lhes transmitiram as experiências pessoais com o Mestre. Escrito também por volta dos anos 60AD, apresenta Jesus como Servo, como um homem de atitude diante de Deus, porque seus escritos estavam dirigidos, especialmente, aos romanos que apreciavam um homem ativo e de poder, por isso dá ênfase mais aos milagres do que aos discursos, destacando, porém em cada milagre os ensinamentos fundamentais da manifestação do Reino de Deus. Neste livro, não há genealogia porque os romanos, ao contrário dos judeus, não esperavam um rei.

Lucas, médico por profissão, conheceu pessoalmente todos os discípulos do Senhor, dos quais, provavelmente, recebeu seu conhecimento acerca de Cristo. Era amigo do Apóstolo Paulo e também seu companheiro nas viagens, e além do terceiro evangelho escreveu o livro de “Atos dos Apóstolos”. Em sua narrativa, datada dos anos 60 AD, apresenta Jesus como o Homem de Nazaré, homem perfeito que foi obediente a Deus onde o primeiro homem, Adão, não o foi. Por isso a sua descrição genealógica de Cristo é estendida até Adão. Seus escritos estão endereçados especialmente aos gregos, e particularmente a um importante homem grego chamado Teófilo, a quem discipulava.

João era judeu de nascença, ex-pescador porque o Senhor Jesus o chamou ao discipulado. É também autor de mais quatro livros do Novo Testamento (As cartas de João e Apocalipse). Diferentemente dos outros três evangelistas, João escreveu por volta do ano 95AD, já no final de sua vida. Endereçado aos cristãos de todos os tempos, sua ênfase é dada ao retrato espiritual de Cristo, seu esforço é dirigido a apresentar Jesus não somente como o filho de Deus, mas a mensagem de que Cristo é Deus.

Portanto, em Mateus Jesus é apresentado como Rei (para os Judeus), em Marcos como Servo (para os romanos), em Lucas como Homem (para os gregos) e em João como Filho de Deus (para os cristãos). Estes autores apresentam ângulos diferentes da pessoa, vida e obra de Jesus, para juntos compor um fiel retrato do nosso único Senhor.

A “Boa Nova” é a possibilidade de retornar a Deus. Não são apenas palavras vazias ou filosofias religiosas, mas como enfatiza o Apóstolo Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Romanos 1:16.

Este é o convite dos evangelhos: “viver em harmonia com Deus por meio de Jesus Cristo.” Como destacado pelo Apóstolo Paulo em sua carta aos cristãos de Roma:

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Romanos 5:1

23 – Vivendo acima da média.

“Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus.” Colossenses 1:10

Sem dúvida alguma, ninguém discorda de que as pessoas precisam, não somente cultivar valores morais, mas também viver as suas vidas conforme os princípios, ideais, para conduta humana. Porém, na hora da necessidade estas mesmas pessoas abandonam suas fronteiras éticas e agem de acordo com as circunstâncias. No entanto, continuam mantendo as aparências, empurrando as suas contradições interiores para “debaixo do tapete” da alma.

Conta-se que uma grande empresa resolveu, despretensiosamente, aplicar um teste nos seus funcionários. Antes do expediente, colocou um envelope em cada mesa daquela seção com um bilhete contendo a mesma mensagem: “Tudo foi descoberto!”. À medida que os funcionários chegavam e liam suas respectivas cartas, pensavam logo naquilo que fizeram de errado no dia anterior, na última semana e assim por diante. Acusados pelas próprias consciências pegaram suas coisas e fugiram. Antes das 9:00h daquela manhã não havia mais ninguém naquela seção. Assim também nossas atitudes serão reveladas “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.” Lucas 8:17. Quando isso acontecer, o que aparecerá?Uma indicação do que virá à tona quando nosso interior for revelado é a reação que se manifesta quando nosso interesse é contrariado, pois neste momento acabará transbordando a nossa verdadeira natureza, limpa de qualquer maquiagem socialmente aceitável.

Uma vida de comportamentos éticos verdadeiros e duráveis, resistentes a toda prova, somente será possível através da atuação do Espírito Santo de Deus mudando o nosso caráter. Já disseram que o coração tem uma porta, com chave, que só abre pelo lado de dentro. Então, a vida cristã começa por convidar o Senhor Jesus para entrar, pois ele mesmo disse:

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:20