24 – Os quatro Evangelhos

“Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra.” Lucas 1:1,2

A segunda parte das Escrituras Sagradas, conhecida também como Novo Testamento, começa com uma seqüência de quatro livros chamados de “evangelhos”, expressão que significa “boas novas” referentes a Jesus, o Filho de Deus. Seus autores são, respectivamente, Mateus; Marcos; Lucas e João.

Mateus era um dos doze apóstolos; judeu de nascença e coletor de imposto por profissão, até ser chamado pelo Mestre ao discipulado. “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.” Mateus 9:9. Escrito por volta do ano 60AD, ou seja, 30 anos depois da morte de Cristo, sua narrativa está endereçada especialmente aos seus compatriotas que esperavam o Rei dos Judeus, por isso começa com a genealogia de Cristo, para destacar sua descendência de Davi, e depois se dedica a demonstrar o cumprimento em Jesus, de todas as profecias do Antigo Testamento sobre o Messias prometido.

Marcos não era um dos doze, mas foi companheiro de viagens do apóstolo Pedro (1 Pedro 5:13) e também do Apóstolo Paulo e de Barnabé, que lhes transmitiram as experiências pessoais com o Mestre. Escrito também por volta dos anos 60AD, apresenta Jesus como Servo, como um homem de atitude diante de Deus, porque seus escritos estavam dirigidos, especialmente, aos romanos que apreciavam um homem ativo e de poder, por isso dá ênfase mais aos milagres do que aos discursos, destacando, porém em cada milagre os ensinamentos fundamentais da manifestação do Reino de Deus. Neste livro, não há genealogia porque os romanos, ao contrário dos judeus, não esperavam um rei.

Lucas, médico por profissão, conheceu pessoalmente todos os discípulos do Senhor, dos quais, provavelmente, recebeu seu conhecimento acerca de Cristo. Era amigo do Apóstolo Paulo e também seu companheiro nas viagens, e além do terceiro evangelho escreveu o livro de “Atos dos Apóstolos”. Em sua narrativa, datada dos anos 60 AD, apresenta Jesus como o Homem de Nazaré, homem perfeito que foi obediente a Deus onde o primeiro homem, Adão, não o foi. Por isso a sua descrição genealógica de Cristo é estendida até Adão. Seus escritos estão endereçados especialmente aos gregos, e particularmente a um importante homem grego chamado Teófilo, a quem discipulava.

João era judeu de nascença, ex-pescador porque o Senhor Jesus o chamou ao discipulado. É também autor de mais quatro livros do Novo Testamento (As cartas de João e Apocalipse). Diferentemente dos outros três evangelistas, João escreveu por volta do ano 95AD, já no final de sua vida. Endereçado aos cristãos de todos os tempos, sua ênfase é dada ao retrato espiritual de Cristo, seu esforço é dirigido a apresentar Jesus não somente como o filho de Deus, mas a mensagem de que Cristo é Deus.

Portanto, em Mateus Jesus é apresentado como Rei (para os Judeus), em Marcos como Servo (para os romanos), em Lucas como Homem (para os gregos) e em João como Filho de Deus (para os cristãos). Estes autores apresentam ângulos diferentes da pessoa, vida e obra de Jesus, para juntos compor um fiel retrato do nosso único Senhor.

A “Boa Nova” é a possibilidade de retornar a Deus. Não são apenas palavras vazias ou filosofias religiosas, mas como enfatiza o Apóstolo Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Romanos 1:16.

Este é o convite dos evangelhos: “viver em harmonia com Deus por meio de Jesus Cristo.” Como destacado pelo Apóstolo Paulo em sua carta aos cristãos de Roma:

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Romanos 5:1

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