26 – Graça e paz!

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”

Romanos 1:7

Nos primeiros séculos as saudações entre as pessoas eram mais elaboradas e recheadas de significados bem mais profundos do que o nosso atual e corriqueiro “olá, como vai!”. Na cultura helenista, a globalização da época, os gregos usavam o termo "Χαίρετε", ("Chairete", pronuncia-se "herete") que significava “Esteja alegre!”. Já os hebreus cumprimentavam-se com “Shalom” (Paz) ou "Shalom Aleichem" (A paz esteja sobre você).

A expressão “Graça e Paz” surgiu como a forma cristã de saudação da época, permanecendo seu uso até os dias atuais. Também foi usada como saudação de abertura de todas as treze cartas do Apóstolo Paulo, que são encontradas no cânon do Novo Testamento, foi repetida nas duas cartas do Apóstolo Pedro, e em uma das cartas do Apóstolo João, servindo também como saudação nas sete cartas às setes igrejas descritas no Livro do Apocalipse.

A combinação dos termos “Graça” e “Paz” representam mais do que uma simples saudação formal, pois seus termos estão impregnados de conteúdo teológico resumindo o evangelho da salvação. A paz é resultado da reconciliação do homem com seu criador representando a própria natureza da salvação: Paz com Deus; paz interior e paz com os homens. A graça é a fonte da salvação e representa a misericórdia em favor livre da parte de Deus independentemente de qualquer mérito humano. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Efésios 2:8,9. A graça de Deus foi exibida no evento histórico da morte de Cristo na cruz. “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;” 2 Coríntios 5:18

A paz indica o nível de vida em que passamos a viver desde que Cristo nos reconciliou com Deus. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” Romanos 5:1,2

Se o medo da morte, dos mortos, do fracasso, das doenças e do futuro atormenta a sua alma e juntamente com o sentimento de culpa lhe impede de viver em paz, entregue a sua vida a Jesus e experimente a paz que só Ele pode dar.

25 – Atos dos Apóstolos

“Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas.” Atos 1:1,2

De autoria de Lucas, o mesmo autor do terceiro evangelho onde narra os atos e ensinamentos de Jesus em sua missão terrena, o livro de Atos dos Apóstolos, escrito no ano 63AD, descreve os Atos do Espírito Santo agindo através de pessoas consagradas a Deus.

Mantendo o tema central em Cristo, o livro cobre um período de aproximadamente 30 anos que vai desde as origens da Igreja no dia de pentecostes – o cumprimento da promessa da vinda do Espírito Santo – até à chegada do Apóstolo Paulo a Roma – a capital do mundo daquela época.

Intercalando milagres com as perseguições perpetradas pelo império Romano e outros inimigos da fé, a narrativa do livro de Atos segue destacando as novas conversões ao cristianismo, dentre elas a famosa experiência de Paulo a caminho de Damasco, descrevendo também as extraordinárias viagens deste apóstolo missionário. No mesmo livro encontramos a descrição do crescimento da Igreja, cidade após cidade, e a gradativa mudança do centro do Cristianismo de Jerusalém para Antioquia, onde pela primeira vez os discípulos foram chamados de cristãos.

Ao contrário dos outros escritos, o livro de Atos não possui epílogo – texto conclusivo que encerra a obra, nem tampouco uma palavra de despedida, pois em seu último capítulo lemos a respeito do Apóstolo Paulo em Roma: “pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo.”Atos 28:31. A razão disso é que a história da igreja ainda não se completou, o Espírito Santo continua agindo através de homens e mulheres comprometidos com Deus que prosseguem anunciando as boas novas sobre Jesus Cristo o Filho de Deus.

Se no decorrer da caminhada cristã, você se sentir abatido, cansado, perseguido ou com a sensação de que a missão está apenas por sua própria conta. Não desanime! Continue a escrever a história da Igreja por meio de uma vida dedicada ao Senhor Jesus, ou seja, através dos atos do Espírito Santo agindo em seu coração e mente, pois o cristianismo não trata do que eu posso fazer por Deus, mas o que Cristo já fez por mim, e o que seu Espírito pode fazer através de mim.

“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1:8

24 – Os quatro Evangelhos

“Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra.” Lucas 1:1,2

A segunda parte das Escrituras Sagradas, conhecida também como Novo Testamento, começa com uma seqüência de quatro livros chamados de “evangelhos”, expressão que significa “boas novas” referentes a Jesus, o Filho de Deus. Seus autores são, respectivamente, Mateus; Marcos; Lucas e João.

Mateus era um dos doze apóstolos; judeu de nascença e coletor de imposto por profissão, até ser chamado pelo Mestre ao discipulado. “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.” Mateus 9:9. Escrito por volta do ano 60AD, ou seja, 30 anos depois da morte de Cristo, sua narrativa está endereçada especialmente aos seus compatriotas que esperavam o Rei dos Judeus, por isso começa com a genealogia de Cristo, para destacar sua descendência de Davi, e depois se dedica a demonstrar o cumprimento em Jesus, de todas as profecias do Antigo Testamento sobre o Messias prometido.

Marcos não era um dos doze, mas foi companheiro de viagens do apóstolo Pedro (1 Pedro 5:13) e também do Apóstolo Paulo e de Barnabé, que lhes transmitiram as experiências pessoais com o Mestre. Escrito também por volta dos anos 60AD, apresenta Jesus como Servo, como um homem de atitude diante de Deus, porque seus escritos estavam dirigidos, especialmente, aos romanos que apreciavam um homem ativo e de poder, por isso dá ênfase mais aos milagres do que aos discursos, destacando, porém em cada milagre os ensinamentos fundamentais da manifestação do Reino de Deus. Neste livro, não há genealogia porque os romanos, ao contrário dos judeus, não esperavam um rei.

Lucas, médico por profissão, conheceu pessoalmente todos os discípulos do Senhor, dos quais, provavelmente, recebeu seu conhecimento acerca de Cristo. Era amigo do Apóstolo Paulo e também seu companheiro nas viagens, e além do terceiro evangelho escreveu o livro de “Atos dos Apóstolos”. Em sua narrativa, datada dos anos 60 AD, apresenta Jesus como o Homem de Nazaré, homem perfeito que foi obediente a Deus onde o primeiro homem, Adão, não o foi. Por isso a sua descrição genealógica de Cristo é estendida até Adão. Seus escritos estão endereçados especialmente aos gregos, e particularmente a um importante homem grego chamado Teófilo, a quem discipulava.

João era judeu de nascença, ex-pescador porque o Senhor Jesus o chamou ao discipulado. É também autor de mais quatro livros do Novo Testamento (As cartas de João e Apocalipse). Diferentemente dos outros três evangelistas, João escreveu por volta do ano 95AD, já no final de sua vida. Endereçado aos cristãos de todos os tempos, sua ênfase é dada ao retrato espiritual de Cristo, seu esforço é dirigido a apresentar Jesus não somente como o filho de Deus, mas a mensagem de que Cristo é Deus.

Portanto, em Mateus Jesus é apresentado como Rei (para os Judeus), em Marcos como Servo (para os romanos), em Lucas como Homem (para os gregos) e em João como Filho de Deus (para os cristãos). Estes autores apresentam ângulos diferentes da pessoa, vida e obra de Jesus, para juntos compor um fiel retrato do nosso único Senhor.

A “Boa Nova” é a possibilidade de retornar a Deus. Não são apenas palavras vazias ou filosofias religiosas, mas como enfatiza o Apóstolo Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Romanos 1:16.

Este é o convite dos evangelhos: “viver em harmonia com Deus por meio de Jesus Cristo.” Como destacado pelo Apóstolo Paulo em sua carta aos cristãos de Roma:

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Romanos 5:1

23 – Vivendo acima da média.

“Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus.” Colossenses 1:10

Sem dúvida alguma, ninguém discorda de que as pessoas precisam, não somente cultivar valores morais, mas também viver as suas vidas conforme os princípios, ideais, para conduta humana. Porém, na hora da necessidade estas mesmas pessoas abandonam suas fronteiras éticas e agem de acordo com as circunstâncias. No entanto, continuam mantendo as aparências, empurrando as suas contradições interiores para “debaixo do tapete” da alma.

Conta-se que uma grande empresa resolveu, despretensiosamente, aplicar um teste nos seus funcionários. Antes do expediente, colocou um envelope em cada mesa daquela seção com um bilhete contendo a mesma mensagem: “Tudo foi descoberto!”. À medida que os funcionários chegavam e liam suas respectivas cartas, pensavam logo naquilo que fizeram de errado no dia anterior, na última semana e assim por diante. Acusados pelas próprias consciências pegaram suas coisas e fugiram. Antes das 9:00h daquela manhã não havia mais ninguém naquela seção. Assim também nossas atitudes serão reveladas “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.” Lucas 8:17. Quando isso acontecer, o que aparecerá?Uma indicação do que virá à tona quando nosso interior for revelado é a reação que se manifesta quando nosso interesse é contrariado, pois neste momento acabará transbordando a nossa verdadeira natureza, limpa de qualquer maquiagem socialmente aceitável.

Uma vida de comportamentos éticos verdadeiros e duráveis, resistentes a toda prova, somente será possível através da atuação do Espírito Santo de Deus mudando o nosso caráter. Já disseram que o coração tem uma porta, com chave, que só abre pelo lado de dentro. Então, a vida cristã começa por convidar o Senhor Jesus para entrar, pois ele mesmo disse:

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:20

22 – Ajude aos que necessitam!


       Conta-se que certo homem ao descer de seu carro percebeu a presença de uma mulher que mendigava sempre em frente ao prédio de sua companhia, incomodado com sua persistência diária perguntou-lhe: -Você não acha que Deus se esqueceu de você? A mulher, fitando os olhos daquele homem responde: - É certo que não! As pessoas que foram designadas para me ajudar, que se esqueceram de obedecer a Deus!

     Por volta do ano 95 AD o Apóstolo João, escrevendo da cidade de Éfeso aos cristãos do primeiro século adverte: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” 1 João 3:18. Esta colocação foi necessária para alertar aqueles que vivem uma vida egoísta, centralizada em si mesmos, para aqueles que não vêm os recursos que lhes cercam como formas de suprir as necessidades alheias.

     Ajudar os outros é mandamento a ser obedecido. Aqueles que vivenciam as manifestações do Reino de Deus em suas vidas suprem, com alegria, aos que necessitam e de nada têm falta. “O que dá ao pobre não terá falta; mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições” Provérbios 28:27. No capítulo quatorze do evangelho segundo Mateus, o Senhor Jesus, alimentou uma multidão com cinco pães e dois peixes, Ele multiplicou os recursos que lhe foram apresentados e ainda recolheram doze cestos com o que não foi consumido.

     Portanto, não desvie seus olhos e nem feche seu coração às necessidades alheias, ajude com o quê você possui, mesmo que pareça pouco aos seus olhos, Jesus multiplicará os recursos, saciará a necessidade e ainda recompensará este ato de obediência e fé.
“Quem vê com olhos bondosos será abençoado; porque dá do seu pão ao pobre.” Provérbios 22:9

“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” 1 João 3:17

21 - Pilares da Estratégia.

Leia: 2 Crônicas 17:1–19; 18:1-34 e 19:1 e 2

Você pode viver a vida de forma acidental, reagindo aleatoriamente a tudo que lhe acontece ou fazer a diferença planejando estratégias para lutar pelos seus sonhos. Um planejamento, mesmo mínimo, é essencial para atingir os objetivos. Fazer planos é saudável, mas há um cuidado primordial que devemos observar: “É preciso colocar Deus em nossos planos, alinhar o seu planejamento à vontade de Deus.”.

No segundo livro das Crônicas do Reis de Israel, encontramos a narrativa bíblica sobre o caráter de dois homens – dois Reis – e a história de uma batalha. Os protagonistas são os reis Josafá, que era temente a Deus, e Acabe que era idólatra e mal. A Bíblia relata que Josafá tinha uma vida tranqüila porque Deus era com ele de modo que até os povos inimigos lhe levavam presentes. Já o rei Acabe, ao contrário, estava com a cabeça posta a prêmio pelos seus inimigos, pois o Rei da Síria ordenara aos seus soldados que buscassem especificamente o Rei de Israel para matá-lo. Todavia, Josafá é persuadido por Acabe a guerrear contra o rei da Síria.

A Bíblia não fala exatamente os motivos que levaram Josafá a fazer aliança com Acabe, talvez o admirasse como um homem experimentado nas batalhas, grande estrategista, e sentiu-se atraído pela vida que ele levava. Então Acabe elabora um plano, uma estratégia perfeita! Sabendo que ele era o alvo propõe que ele se disfarçaria de soldado e marcharia em meio à multidão, enquanto Josafá iria de Rei, pomposo, protegido por carros e cavalos e ainda cercado pelos seguranças. Considerando que o inimigo procurava o rei para matá-lo, sua estratégia era perfeita! Josafá seria morto no lugar de Acabe.
Por outro lado, Josafá estava iludido pela sua própria vaidade em ocupar a posição de maior destaque na batalha. Tudo sairia como planejado, e quase deu certo. Porém, Acabe se esqueceu de Deus, não contava com a intervenção do SENHOR DOS EXÉRCITOS. A narrativa bíblica diz que Josafá quando se deu conta do que estava acontecendo, no momento em que estava sendo atacado pelos soldados Sírios, clamou a Deus e foi livre da morte. Mas a história não termina aí, diz a palavra de Deus que um homem atirou a esmo (ao acaso) e a flecha viajou pelo espaço até o meio da multidão e feriu o rei Acabe entre as juntas de sua armadura, pelo que morreu ao pôr-do-sol daquele mesmo dia.

Acabe se sentia garantido por sua estratégia, mas não há plano perfeito sem Deus; por mais seguro que possa parecer; sempre haverá brechas que o tornam mortalmente vulnerável. Sem Deus a melhor estratégia não é nada, com Deus até o nosso desespero pode reverter-se em vitória.
O bom planejamento se firma nos seguintes pilares estratégicos:

1 - Não faça alianças com o mal:
Josafá foi seduzido por algo que via e valorizava em Acabe e por isso ficou cego espiritualmente. Não se alie ao mal, nem por necessidade, nem por subestimar seu poder ou suas conseqüências.
2 - Examine suas motivações: Josafá caiu na armadilha de Acabe, por seus próprios atos caminhou para o “laço”, com seus próprios pés, e tudo isso porque em seu interior tomou decisões motivadas pela sua vaidade e suas emoções.
3 - Coloque Deus em seus Planos: Isso de imediato já elimina as coisas que prejudicam as outras pessoas. Acabe não podia apresentar um plano daqueles para o Senhor. Veja que se você não pode apresentar seu plano porque transgride a vontade de Deus, não poderá seguir em frente. A Bíblia já é um grande filtro de nossas intenções.
4 - Clame a Deus nas necessidades: Josafá já havia se aliado ao mal e tomado as decisões erradas, chegando a conseqüências que não podia suportar. Mesmo assim, clamou ao Senhor e foi livre da morte. Arrependa-se e confie em Deus na esperança que Ele o livre. Deus é misericordioso, Ele não deixou de disciplinar Josafá posteriormente, mas teve misericórdia no momento de sua extrema aflição.

“Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus.” Salmo 116:5