39 - Investimentos

O princípio do investimento estabelece que se alguém investe (emprega alguma coisa) ele a receberá multiplicada. As Escrituras Sagradas o abordam como a "lei da semeadura" devido as facilidades de compreensão que esta alegoria proporciona. O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos residentes na região da Galácia, adverte: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7.


Há pessoas que querem colher onde não plantaram, ou desejam colher frutos doces onde semearam dureza e amargor. A lei da semeadura funciona tanto para as coisas boas e desejáveis, quanto para as más e indesejáveis, ou seja, quem semear o mal dele também se fartará, conforme a palavra de Deus dita pela boca do profeta: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas;” Oséias 8:7a., repetida no ensinamento do sábio: “O que semeia a injustiça segará males;” Provérbios 22:8a. Há ainda aqueles que pretendem obter resultados sem abrir mão da semente.


Na conhecida “Parábola do Semeador”, narrativa bíblica encontrada no capítulo 13 do Evangelho segundo Mateus, encontramos, dentre outros, alguns preciosos requintes acerca do princípio do investimento:

O Desprendimento É preciso lançar a semente na terra! A semente sai necessariamente do domínio do investidor (semeador). Se não “perder o controle” do que foi lançado, provavelmente, não se está em um investimento. Não dá para segurar a semente na mão e investir ao mesmo tempo.

O Risco Muitos não semeiam por causa do risco. Risco não é “perigo aleatório”, mas a probabilidade das coisas não acontecerem conforme o esperado e planejado. Imagine se o semeador deixasse de semear pelo medo das perdas, não haveria colheita abundante. Veja que a perda inicial foi de 75% do total. Por outro lado, 25% das sementes que foram lançadas deram retorno, porém o rendimento destas foi imenso em relação ao número original empregado.

O Tempo – Ninguém vai, no dia seguinte, desenterrar a semente para ver se já tem resultados. O tempo é fator integrante do investimento.

A Quantidade – O porte do investimento está relacionado com o porte do resultado, embora o resultado venha multiplicado. “E isto afirmo: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia com fartura, com abundância também colherá.” 2Coríntios 9:6

A Coragem – Quem fica somente esperando as condições ideais para só então lançar a semente, nunca investirá. “Quem somente observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.” Eclesiastes 11: 4


Há pessoas que reclamam que não têm amigos, que só acontecem coisas ruins em suas vidas, mas antes deveriam avaliar qual tipo de sementes estão plantando. A boa notícia é que ainda dá tempo para mudar, lançar boas sementes, confiar em Deus e aguardar os bons resultados.

38 - O Doce e o Amargo, das palavras!


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Por volta do ano 45 da era cristã, Tiago, bispo da Igreja de Jerusalém, escrevendo sobre os aspectos práticos da conduta daqueles que servem a Deus, destaca a importância do bom uso das palavras enfatizando a dificuldade que cada pessoa enfrenta no domínio da sua própria língua.

Mediante alegorias constrói um pensamento retórico para destacar os efeitos destruidores do uso inoportuno das palavras, dizendo: “que é necessário apenas um pequeno fósforo para destruir uma grande floresta” Tiago 3:5b. As palavras podem ferir por meio de agressões verbais diretas (xingamentos), ironias, sarcasmos, fofocas, falsidades, maldições, mentiras, desprezos etc.

Por outro lado, seu bom uso pode ser fonte de vida, produzindo resultados notáveis e duradouros, conforme registra a poesia hebraica:“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” Provérbios 18:21. As boas palavras encorajam, fortalecem, corrigem, incentivam e promovem o bem.

Em outra metáfora, Tiago, diz que quando proferimos, ao mesmo tempo e pela mesma boca: bênçãos e maldições, a benção não é real, pois a maldição a contamina. “Com ela (língua) bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” Tiago 3:9. A mensagem é muito clara, pois assim como em um reservatório de água, a impureza é altamente contagiosa e contamina tudo com a qual entrar em contato.

No evangelho segundo Lucas, o Senhor Jesus nos fala da origem de nossas palavras: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” Lucas 6:45


Não se engane, pois a língua refletirá sempre o que está na mente e no coração, pois o que dizemos revela quem realmente somos. Por isso, para colher bons frutos das suas palavras é necessário, antes, conservar o coração puro, segundo o ensinamento do sábio: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4:23

37 - Sob a direção de Deus

Você certamente já experimentou a sensação de viajar em um carro, no banco do passageiro e de repente desacreditar do motorista pelas manobras percebidas.


As reações são as mesmas: a mão esquerda agarra o assento do banco e a direita o suporte lateral da porta, o corpo enrijece e a tranquilidade evapora. Dentre as manifestações mais comuns a pessoa começa a olhar para os lados e para traz, acha que em determinados trechos o veículo está devagar demais, porém em outros, correndo muito, acha também que está fora da faixa, longe da guia, que faz paradas sem sentido, anda próximo demais do carro da frente etc. Então, a pessoa estica o pé, em movimento brusco, pisando num freio que não existe ou tenta agarrar o volante quando acha que está na direção errada.*


Assim também acontece conosco. Em todas as orações pedimos a Deus que esteja no controle, que dirija nossas vidas, porém em grande parte do percurso agimos como o passageiro descrito acima quando Ele não age como esperamos.


E, quando pensamos que podemos assumir o controle e passar a navegar sozinhos encontramos os recifes e os bancos de areia que não conseguíamos enxergar. Assim, se você deseja percorrer, em segurança, pelas agitadas águas do mar da vida deixe o leme nas mãos do Senhor Jesus, como ensina o salmista: “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará.” Salmo 37:5. Seguindo também o conselho do Sábio, registrado na poesia hebraica: “Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.” Provérbios 16:3.



Deus é o piloto e nosso lugar é no assento ao lado, por isso entregue a sua vida e seus planos a Deus, confie e descanse em sua bondade, pois ele prometeu no livro de salmos: “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir.” Salmo 32:8



* Esta ilustração foi recentemente relembrada e contada por meu grande amigo, Júlio Cesar, em em uma de suas excelentes aulas para a Escola Bíblica da Ibaji.

36 - Aprendedo a esperar

Conseguir esperar é um sinal característico de quem completou a transição da infantilidade para a vida adulta, porém saber esperar é uma arte talhada pelo Espírito de Deus no mais íntimo do nosso ser.
A capacidade de esperar sem se entregar aos sentimentos de revolta vem geralmente com a maturidade, mas a habilidade de permanecer em paz, equilíbrio e doçura enquanto se espera está presente na vida daqueles que depositam a sua confiança no Senhor Jesus.
Todavia, lidar com a expectativa frustrada de um desejo imediato que foi adiado ou contrariado não é simples, muitos conseguem aceitar os fatos, mas vivem tensos, preocupados aguardando o acontecimento tão esperado, já outros ficam “paralisados”, (nem respiram) até que seu desejo se cumpra, desprezando os demais acontecimentos da vida por reputá-los como secundários.
O Senhor Jesus, no sermão do monte, enfatiza a importância de confiar mais em Deus, pois entregar-se à ansiedade além de tudo é inútil: “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? (ao curso da sua vida; ou à estatura)” Mateus 6:27.
A lógica aplicada ao ensino é evidente, pois sem perder de vista os objetivos do projeto de vida, a palavra de Deus nos recorda que o futuro tão sonhado e o desejo ardente que certamente se cumprirá permanecem na casa do amanhã, e a única coisa que existe realmente é o hoje, o agora, portanto é preciso viver bem enquanto espera. Mais adiante no mesmo capítulo, o Mestre concluiu seu pensamento: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Mateus 6:34
Por outro lado, sabemos que não é simples quando as coisas não acontecem e os sentimentos de fracasso e de abandono nos rodeiam sugerindo que Deus não agirá, e que estamos por conta somente daquilo que podemos fazer.
Todavia, para aprender a esperar, mantendo a boa qualidade de vida, sem perder a alegria e a paz, adverte o apóstolo Paulo em sua carta aos cristãos da cidade de Filipos: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” Filipenses 4:6,7

35 - A singularidade da alma

     
         A identificação ou o reconhecimento de uma pessoa pode ser feito por intermédio de suas particularidades físicas, por sua assinatura e também pela leitura de características singulares encontradas no corpo humano.

       As impressões digitais (dermatoglifos) são os desenhos formados pelas elevações da pele nas pontas dos dedos, que de forma extraordinária não se repetem em nenhum outro indivíduo. A íris, a parte mais visível e colorida dos olhos, contem características únicas sobre aquela determinada pessoa. O DNA (ácido desoxirribonucléico) é a molécula que carrega as “impressões genéticas” de cada indivíduo servindo para identificá-lo e distingui-lo dos demais.

      Da mesma forma, Deus fez única cada alma humana, não há outra pessoa como você na face da terra, nunca houve e nunca haverá. Tudo em nós sugere a individualidade. O escritor irlandês C. S Lewis, comenta o assunto, com sua lógica peculiar: “Se Deus não tivesse uso para todas essas diferenças, não vejo porque deveria ter criado mais do que uma alma.”, porém, Deus criou incontáveis almas e diz: “Todas as almas são minhas” Ezequiel 18:4a. Portanto, Ele tem um propósito para sua existência que está intimamente ligado às particularidades da sua alma, tanto aqui neste mundo quanto na Eternidade.

       Da mesma forma, o sacrifício feito por Jesus na cruz do calvário em prol da humanidade contempla o resgate específico da sua alma, porque serão os seus olhos e não outros que verão a Cristo em sua volta triunfante conforme registro deixado no Apocalipse de João: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!” Apocalipse 1:7. Assim, todos vivenciaremos esta experiência: “Naquele dia atentará o homem para seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel.” Isaías 17:7

      No entanto, para aqueles que receberam a Cristo como senhor e salvador, comenta ainda C. S. Lewis: “Mas Deus haverá de encarar cada alma como se fosse seu primeiro amor, porque foi Ele o primeiro amor dela. Seu lugar no céu parecerá feito para você e só para você, porque você foi feito para ele.” A nossa alma está criptografada com uma senha divina e somente o Criador tem a chave secreta para desvendá-la. Já disseram também que nossa alma tem o formato de uma fechadura que somente se encaixa e se completa na pessoa de Deus. Portanto, só nEle a alma encontrará a plenitude de seu significado.

      Arrematando, C. S. Lewis, brinda-nos comentando a profundidade do tema com sua simplicidade poética: “Sua alma tem o formato curioso, porque se trata de uma espécie de buraco em que se encaixam os contornos infinitos da substância divina”.

34 - Vencendo o Medo


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Longe de aparecer na lista dos sentimentos mais nobres, o medo, segundo estudiosos do comportamento é a sensação psíquica mais presente na vida humana. Contudo, admitir o medo publicamente sempre foi motivo de desonra especialmente para culturas mais tradicionais.

Todavia o medo pode ser legítimo quando condizente com o nível potencial de perigo, pois assim como a dor, funciona como um alarme do organismo humano ligado à preservação da existência.

O medo é a reação que leva o corpo ao estado de alerta diante de um perigo iminente, e em seu sentido básico é essencial à sobrevivência, pois quem não tem medo de nada pode chegar muito rápido à extinção.

No entanto o medo irracional ligado ao perigo irreal ou o medo exagerado diante do perigo real conduz o indivíduo a adotar comportamentos além do necessário chegando a paralisar o andamento normal de vida, transformando-se nas conhecidas “fobias” do mundo moderno.

Para combater o medo irracional ou exagerado comece por uma análise adequada da situação, e depois enfrente, pois coragem não é ausência de medo, mas o passo seguinte que se dá confiando em Deus, como o ensinamento resumido pelo sábio e registrado na poesia hebraica: “Torre forte é o nome do SENHOR, à qual o justo se acolhe e está seguro.” Provérbios 18:10

Quem experimenta confiar no Senhor, não se deixa dominar pelo medo independentemente da situação. Por volta do ano 66 da era cristã, solitário em sua masmorra em Roma, enfrentando o frio e sabendo que sua morte estava muito próxima, o apóstolo Paulo escreveu em sua segunda carta, ao jovem Timóteo, seu “filho na fé”, a seguinte recomendação: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.” 2 Timóteo 1:7